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O Som da Mentira × O Dom da Verdade
🍷 Dose Plena - Carta 009

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🧭 Contra a própria bússola
Tem coisa que desce fácil, mas estraga por dentro.
A mentira, por exemplo.
Escorrega na garganta como quem quer ajudar — “para não machucar”, “para evitar confusão”, “só para hoje ficar em paz”.
Mas não fica.
Nem quem emite, nem quem engole a mentira ficará em paz por muito tempo.
Porque a mentira, por mais suave que pareça, fermenta. Apodrece.
Fingimentos também obrigam a moldar seu discurso e sua ação de forma que pareçam possíveis.
As “mentiras da vida” (life-lies, descritas por Alfred Adler) não são inofensivas como a gente pode pensar.
Elas crescem sem controle, geram frustração, transformam-se em dúvidas, em desconfiança, em um tipo silencioso de enjoo ou mal-estar.
Não apenas sobre o outro — mas sobre você mesmo.
Mentir é colocar-se contra a própria bússola.
É saber o que sente e dizer o oposto.
É assistir à sua própria integridade ser reescrita do jeito errado, com letra estranha, numa linguagem que você entende, mas não reconhece — e que ninguém mais confia. Nem você.
“Diga a verdade — ou, pelo menos, não minta.”
Isso não é um manual de etiqueta. É um chamado existencial.
É para não colapsar internamente, para não colaborar com a versão de si que você sabe que não presta.
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