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Platão na veia: amor que não se esconde, paixão que não se acaba

🍷 Dose Plena - Carta 017 | Relacionamentos & Filosofia

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✨ O mito de que a paixão tem prazo de validade

Você já deve ter ouvido que a paixão morre depois de três anos.
Helen Fisher transformou isso em tese, Tristão e Isolda ajudaram a romantizar o drama… e pronto: está oficializado no folclore emocional que o amor intenso é efêmero, como fogos de artifício no Réveillon — lindo por alguns segundos, mas impossível de sustentar.

Acontece que essa história não bate com o que os gregos antigos chamavam de paixão.
Para eles, paixão era páthos — que significa literalmente “ser afetado”.
Não só por pessoas, mas por qualquer coisa capaz de alcançar sua alma e bagunçar seu tabuleiro interno.
Uma música, por exemplo, quando te enche de entusiasmo, ou ternura, ou nostalgia. Tem música que arrepia até quase doer a pele.
Um pôr do sol. Um objeto que te deixa meio mexido. (Um Fusca, hein?! Só para quem é dos meus.)
Estar apaixonado é ser alcançado por alguma coisa de tal forma que você não consegue mais permanecer o mesmo.
Então, paixão é o que modifica você — às vezes para algo melhor, às vezes não.

Páthos: aquilo que te modifica.

Só que aí mora uma pegadinha: a maior parte das paixões por pessoas não nasce da pessoa real, mas da ideia que criamos dela. Uma projeção.
É como comprar um ingresso caríssimo para um show que só existiu no cartaz.

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